Ética Jornalística na Era da Inteligência Artificial: Rumo a uma Atualização dos Códigos Deontológicos no Contexto Ibero-Americano

Autores

DOI:

https://doi.org/10.17231/comsoc.47(2025).6206

Palavras-chave:

inteligência artificial, ética jornalística, deontologia, média, desinformação

Resumo

Este artigo analisa criticamente e atualiza os princípios dos códigos deontológicos da comunicação na Comunidade Ibero-Americana, com o objetivo de adaptar a ética jornalística aos novos desafios impostos pelo advento da inteligência artificial (IA). Como análise qualitativa, parte da premissa de que os códigos deontológicos atuais não incluem diretrizes atualizadas para a integração da IA no trabalho jornalístico. Portanto, o objetivo é reformular alguns dos principais princípios éticos e propor condições estruturais que possam ser incorporadas nos regulamentos que regem os profissionais dos média. Para tal, foi realizada uma análise detalhada de vários códigos deontológicos, a par de entrevistas aprofundadas com três tipos de profissionais: jornalistas, académicos e consultores especializados. Alguns entrevistados também trabalham como verificadores de factos. As respostas das entrevistas foram codificadas e analisadas conforme as diretrizes do método comparativo constante (Wimmer & Dominick, 2013), utilizando a plataforma ATLAS.ti. Os resultados forneceram informações suficientes para atualizar vários princípios (transparência, critério humano, controlo de enviesamentos, verificação e cruzamento de informações, prevenção de violações de direitos, responsabilização e participação dos cidadãos), bem como para identificar quatro condições estruturais para a prática ética do jornalismo na era algorítmica (regulamentação para um novo pacto social, consciência do impacto da desinformação, literacia mediática e ética jornalística imutável; Alsius, 2011). O estudo concluiu que o uso da IA em atividades jornalísticas requer uma adaptação das normas existentes para garantir e recuperar a qualidade da informação e a confiança do público. Além disso, destaca a necessidade de uma regulamentação equilibrada que não permita abusos dos média por meio da IA, respeitando, ao mesmo tempo, a liberdade de imprensa.

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Biografias Autor

Ingrid Viviana Estrella Tutivén, Facultad de Comunicación Social, Universidad de Guayaquil, Guayaquil, Equador

Ingrid Viviana Estrella Tutivén é licenciada em Comunicação (Universidade de Guayaquil) e mestre em Gestão Social e Desenvolvimento (Universidade Técnica Privada de Loja). Doutorou-se em Comunicação na Universidade de Málaga. Trabalhou como jornalista durante 16 anos em dois dos mais importantes meios de comunicação do Equador — o Diario Expreso e a Ecuavisa. É docente no Departamento de Comunicação da Faculdade de Comunicação Social da Universidade de Guayaquil desde 2014, onde leciona as unidades curriculares de Jornalismo Digital e Comunicação Multimédia. Desempenhou funções como diretora-geral de Investigação e foi fundadora do grupo de investigação Educomunicação e TIC para uma Sociedade Melhor na mesma universidade. É membro da Rede de Investigadores em Comunicação do Equador e leciona em programas de mestrado em Comunicação na Universidade de Guayaquil, na Universidade da Península de Santa Elena e na Universidade Técnica do Norte (Ibarra, Equador). Foi ainda diretora de dois cursos de licenciatura na Universidade de Guayaquil e liderou a Vice-Reitoria de Investigação da mesma instituição entre 2020 e 2021, por nomeação do Conselho Superior de Educação. Frequenta atualmente um programa de pós-doutoramento em Comunicação na Universidade de Navarra.

Cristina Garde Cano, Departament de Comunicació, Universitat Pompeu Fabra, Barcelona, Espanha

Cristina Garde Cano é professora no Departamento de Comunicação da Universidade Pompeu Fabra e leciona no mestrado em Filosofia para os Desafios Contemporâneos da Universidade Aberta da Catalunha. É doutorada em Média, Comunicação e Cultura pela Universidade Autónoma de Barcelona (2022, Prémios CAC – XXXIV edição), licenciada em Jornalismo pela mesma universidade (2007) e em Artes e Design pela Escola Massana (2014). Exerceu jornalismo com especialização nas áreas da sociedade, infografia e design gráfico para o El País, El Periódico e Nació, e foi correspondente em Bruxelas para a ACN. Desempenhou também funções como editora-chefe do Social.cat, um meio de comunicação digital dedicado à ação social. Fundou e coordenou a revista deriva, a primeira revista digital em catalão dirigida ao público millennial e pós-millennial. O seu trabalho jornalístico foi distinguido com dois prémios atribuídos pela Generalitat da Catalunha e pela Câmara Municipal de Barcelona (Premis Civisme, 2018 e 2019; Premi Montserrat Roig, 2020). É, ainda, investigadora do grupo consolidado DigiDoc da Universidade Pompeu Fabra.

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Publicado

27-06-2025

Como Citar

Estrella Tutivén, I. V., & Garde Cano, C. (2025). Ética Jornalística na Era da Inteligência Artificial: Rumo a uma Atualização dos Códigos Deontológicos no Contexto Ibero-Americano. Comunicação E Sociedade, 47, e025010. https://doi.org/10.17231/comsoc.47(2025).6206