Comunicação e Sociedade https://revistacomsoc.pt/index.php/revistacomsoc <p><em>Comunicação e Sociedade</em> é uma revista científica da área das ciências da comunicação, editada pelo <a href="http://www.cecs.uminho.pt/">Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade</a>. Publica dois volumes por ano (junho e dezembro), em regime de publicação contínua, com edição bilingue, integralmente em português e em inglês.</p> pt-PT <p>Os autores são titulares dos direitos de autor, concedendo à revista o direito de primeira publicação. O trabalho é licenciado com uma Licença <a href="https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/" rel="license">Creative Commons - Atribuição 4.0 Internacional</a>.</p> comunicacaoesociedade@ics.uminho.pt (Comunicação e Sociedade) comunicacaoesociedade@ics.uminho.pt (Comunicação e Sociedade) Mon, 28 Jul 2025 00:00:00 +0000 OJS 3.3.0.10 http://blogs.law.harvard.edu/tech/rss 60 Arquitetura e Branding: O Património Como Elemento da Identidade Corporativa nas Universidades https://revistacomsoc.pt/index.php/revistacomsoc/article/view/6304 <p>O presente estudo analisa o papel da arquitetura na construção da identidade corporativa de universidades classificadas como “Património Mundial da Unesco”. Pretende-se compreender de que forma estas instituições integram o seu património arquitetónico na comunicação institucional, em particular através dos seus vídeos oficiais, visando reforçar a sua imagem e valores. Para tal, recorre-se a uma abordagem qualitativa, baseada na análise do discurso audiovisual, utilizando o modelo do quociente patrimonial, que permite explorar cinco dimensões fundamentais das marcas patrimoniais: trajetória, longevidade, valores, símbolos e história como identidade.<br />A análise dos vídeos institucionais da Universidade de Coimbra, da Universidade Nacional Autónoma do México e da Universidade de Alcalá demonstra que a arquitetura funciona não apenas como espaço funcional, mas também como recurso simbólico, transmitindo prestígio, continuidade e legitimidade institucional. Verifica-se que os espaços arquitetónicos destacados nesses vídeos desempenham um papel central na construção da identidade universitária e na respetiva estratégia de <em>branding</em> patrimonial. Em suma, conclui-se que a arquitetura constitui um ativo estratégico na comunicação institucional das universidades patrimoniais.</p> Íñigo Urquía Uriaguereca Direitos de Autor (c) 2025 Íñigo Urquía Uriaguereca https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 https://revistacomsoc.pt/index.php/revistacomsoc/article/view/6304 Mon, 01 Sep 2025 00:00:00 +0000 O Apelo à Emoção nas Estratégias de Comunicação: O Caso das Universidades Espanholas no Instagram https://revistacomsoc.pt/index.php/revistacomsoc/article/view/6306 <p>O objetivo deste artigo é analisar as emoções que as universidades espanholas mobilizaram a partir dos seus perfis no Instagram, no início do ano letivo de 2024/2025. O regresso às aulas é um momento importante de primeiro contato das universidades com os novos estudantes, por isso, consideramos pertinente estudar as estratégias de comunicação utilizadas neste período. Como metodologia, combinamos a análise retórica e a análise do discurso digital, complementadas por entrevistas semiestruturadas com os profissionais de comunicação de quatro universidades (Universidade Autônoma de Barcelona, Universidade Complutense de Madrid, Universidade de Salamanca e Universidade de Sevilha). Os resultados identificaram que estas instituições adotam um discurso multimodal (com textos, imagens e vídeos) e multiplataforma (por exemplo, o seu site e outras plataformas sociais, como o TikTok). As universidades procuram construir um <em>ethos</em> de internacionalização, bem como despertar nos estudantes emoções de orgulho, pertencimento e nostalgia. Também foi possível concluir que os profissionais de comunicação universitária mobilizam intencionalmente emoções na sua comunicação em plataformas digitais, como, por exemplo, no Instagram, para captar a atenção e o envolvimento dos seus públicos. No entanto, apesar deste esforço comunicativo, a interação do público permanece baixa. Ou seja, a mobilização de emoções funciona, mas ainda não é suficiente para estabelecer uma conexão mais profunda com os estudantes online.</p> Sendi Chiapinotto Spiazzi, Carme Ferré-Pavia, Rejane de Oliveira Pozobon Direitos de Autor (c) 2025 Sendi Chiapinotto Spiazzi, Carme Ferré-Pavia, Rejane de Oliveira Pozobon https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 https://revistacomsoc.pt/index.php/revistacomsoc/article/view/6306 Tue, 16 Sep 2025 00:00:00 +0000 A Plataforma X e a Redefinição da Comunicação Política na Colômbia: Um Olhar Sobre a Literatura Recente https://revistacomsoc.pt/index.php/revistacomsoc/article/view/6087 <p>Os estudos sobre a relevância da plataforma X nos processos de informação e comunicação política na Colômbia experimentaram um aumento considerável nas últimas duas décadas. Mediante uma revisão sistemática da literatura, que explorou os estudos publicados entre 2016 e 2022, e utilizando uma abordagem metodológica multidimensional, foram identificados os contextos em que esses estudos foram desenvolvidos e os desafios enfrentados por esse campo de pesquisa. Foram analisados 42 documentos científicos indexados em bases de dados como a Scopus, EBSCO, ScienceDirect, JSTOR, ProQuest e Google Acadêmico, aplicando rigorosos critérios de inclusão e exclusão, conforme o protocolo PRISMA. Os resultados foram organizados em três categorias principais: atores (emissores e destinatários), debates políticos e campanhas eleitorais, destacando-se a crescente influência do microblogue na política colombiana. Apurou-se que a plataforma X é amplamente utilizada no cenário político do país, transformando as dinâmicas de interação entre atores políticos, e consolidou-se como um espaço chave para o engajamento político e eleitoral na Colômbia. Os resultados fornecem um quadro analítico para estudar o impacto das plataformas digitais na política e contribuem para a literatura global em comunicação política, explorando dinâmicas informacionais em contextos democráticos.</p> Luis Jorge Orcasitas P, Elen Geraldes, Georgete Medleg Rodrigues Direitos de Autor (c) 2025 Luis Jorge Orcasitas P, Elen Geraldes, Georgete Medleg Rodrigues https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 https://revistacomsoc.pt/index.php/revistacomsoc/article/view/6087 Wed, 17 Sep 2025 00:00:00 +0000 Ativismo Etílico: Convocações Discursivas e Publicitárias ao Consumo de Cervejas Panfletárias https://revistacomsoc.pt/index.php/revistacomsoc/article/view/6327 <p>Este artigo analisa as estratégias discursivas de convocação ao consumo presentes em rótulos de cervejarias artesanais que fizeram referência às eleições presidenciais brasileiras de 2022. A partir dos pressupostos teóricos e metodológicos da análise de discurso de linha francesa, foram examinados os rótulos das cervejarias Rock n’ Bräu, Mito, Vapor Negro e Hey Ho, produzidos entre janeiro e setembro de 2022 e divulgados em sites e redes sociais. O estudo busca compreender de que modo esses rótulos funcionam como palavras de ordem e enunciados performativos que vinculam o ato de beber a formas de engajamento político e moral, produzindo o que se denomina “consumo efígico”. Os resultados mostram que as marcas mobilizam discursos alusivos ao pertencimento político, à ironia e à celebração de candidatos, transformando o rótulo em espaço de expressão ideológica e de circulação de afetos cívicos. Conclui-se que as cervejas panfletárias exemplificam um movimento de politização dos objetos de consumo, no qual a comunicação publicitária atua como mediadora simbólica entre consumo e participação pública. O artigo contribui para o campo da comunicação publicitária ao evidenciar como marcas de pequeno porte podem intervir no debate político por meio de estratégias criativas de <em>branding</em> e discurso, ampliando as fronteiras entre publicidade, cultura e política.</p> Eliza Bachega Casadei Direitos de Autor (c) 2025 Eliza Bachega Casadei https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 https://revistacomsoc.pt/index.php/revistacomsoc/article/view/6327 Mon, 10 Nov 2025 00:00:00 +0000 Jornalismo de Influência Regional: Uma Proposta Para as Cidades Médias Brasileiras https://revistacomsoc.pt/index.php/revistacomsoc/article/view/6440 <p>O artigo tem como objetivo apresentar a proposta conceitual de “jornalismo de influência regional”, voltada à atividade desenvolvida nas cidades médias brasileiras não metropolitanas, situadas no interior dos estados. A proposição parte de uma pesquisa empírica empreendida na cidade média de Imperatriz, localizada no sudoeste do Maranhão, e em 18 cidades pequenas da sua região de influência (<em>Regiões de Influência das Cidades: 2018</em>; Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2020). Como estratégia metodológica foram adotados os seguintes procedimentos: (a) mapeamento dos veículos de comunicação em funcionamento nas cidades investigadas; (b) entrevistas semiestruturadas com jornalistas de Imperatriz; (c) aplicação de questionários com moradores de Imperatriz e das cidades na sua região de influência; e (d) análise de conteúdo dos produtos jornalísticos. Os resultados obtidos indicam a existência de um jornalismo especializado na: (a) produção simultânea de notícia local e regional, a qual denominamos “notícia polarizadora”; (b) realização da cobertura noticiosa da região de influência; (c) mediação das demandas e reivindicações das pequenas comunidades do entorno; (d) informação de proximidade para o consumo da região; e (e) intermediação de fluxos informativos produzidos em outros centros urbanos.</p> Thays Assunção Reis Direitos de Autor (c) 2025 Thays Assunção Reis https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 https://revistacomsoc.pt/index.php/revistacomsoc/article/view/6440 Mon, 28 Jul 2025 00:00:00 +0000 Invisível e Vulnerável, mas Resiliente: Um Retrato da Imprensa Regional Centenária em Portugal https://revistacomsoc.pt/index.php/revistacomsoc/article/view/6377 <p>Num contexto de profunda crise no setor mediático e de crescente desertificação informativa em vastas regiões de Portugal, este estudo propõe um mapeamento da imprensa regional centenária enquanto expressão resiliente do jornalismo de proximidade. Através de uma metodologia mista — combinando análise documental e levantamento quantitativo — foram identificadas e analisadas 40 publicações com mais de 100 anos de existência, ainda em atividade no território nacional. O estudo examina a sua distribuição geográfica, periodicidade, formato (papel e/ou digital) e composição das direções editoriais em termos de género. Os resultados apontam para uma forte ancoragem territorial destas publicações e assimetrias regionais significativas e revelam padrões preocupantes, como a frágil transição digital, a reduzida diversidade de género nas chefias num quadro de segregação vertical e a persistente vulnerabilidade económica. Apesar dessas limitações, estes jornais continuam a desempenhar um papel relevante na preservação da memória coletiva, na coesão social e no fortalecimento da democracia local. Além disso, oferecem pistas importantes sobre práticas de resistência e adaptação que desafiam o declínio do jornalismo de proximidade. O estudo propõe, por fim, uma reflexão sobre o valor público desta imprensa e a urgência de políticas que a reconheçam como património informativo e bem comum, fundamental para garantir o direito à informação em regiões periféricas e sub-representadas.</p> Liliana Carona, Rita Basílio de Simões Direitos de Autor (c) 2025 Liliana Carona, Rita Basílio de Simões https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 https://revistacomsoc.pt/index.php/revistacomsoc/article/view/6377 Fri, 17 Oct 2025 00:00:00 +0000 Entre a Inércia Institucional e a Vulnerabilidade Sistémica: Compreender as Ameaças Invisíveis à Segurança dos Jornalistas https://revistacomsoc.pt/index.php/revistacomsoc/article/view/6404 <p>A investigação sobre a segurança dos jornalistas evidencia duas dimensões interligadas: os riscos físicos em zonas de conflito e os riscos menos tangíveis que afetam o desempenho em contextos considerados relativamente seguros. Na Letónia, como noutros países europeus, os jornalistas são alvo de humilhações online, assédio, discurso de ódio e ataques à sua credibilidade profissional. Perante este cenário, colocam-se duas questões centrais: quais são as perceções dos jornalistas relativamente aos riscos para a sua segurança? Estarão as instituições de média preparadas para prestar o apoio adequado? Este artigo analisa as perceções dos profissionais dos média letões relativamente a problemas de segurança associados ao trabalho e aos mecanismos disponíveis para mitigar o stress e os riscos. Foi seguida uma metodologia mista que integrou análise da literatura, um painel de Delphi em duas rondas a especialistas (25 e 23 participantes de média nacionais e regionais, organizações não governamentais e entidades ligadas ao jornalismo), oito entrevistas semiestruturadas com advogados e especialistas em direito dos média, estudos de caso de decisões judiciais e três grupos focais (com especialistas jurídicos, gestores de média e jornalistas de investigação). Os resultados revelam um ambiente de ameaças complexo, onde coexistem múltiplos riscos, mas as estruturas de apoio permanecem limitadas. Mulheres, repórteres regionais, jornalistas de língua russa e <em>freelancers</em> surgem como os grupos mais vulneráveis, enfrentando riscos de segurança influenciados tanto pela <em>invisibilidade de grupo</em> — quando as suas identidades profissionais não são devidamente reconhecidas — como pela <em>preocupação com a invisibilidade</em> — quando ameaças persistentes são normalizadas ou desvalorizadas. Embora algumas insuficiências institucionais resultem de restrições de recursos e da falta de competências jurídicas ou psicológicas, a relutância em agir e as práticas reativas fragilizam ainda mais as respostas organizacionais. A ausência de ação eficaz por parte das autoridades policiais e dos tribunais, a par do aumento das ações judiciais estratégicas contra a participação pública, reforça uma “cultura de impunidade”. Deste modo, emerge um paradoxo: a humilhação e o assédio online são omnipresentes e, por isso, normalizados, tornando-se efetivamente invisíveis apesar da sua persistência. Em contrapartida, os ciberataques e os processos estratégicos contra a participação pública são altamente visíveis, uma vez que afetam diretamente os interesses jurídicos e financeiros das empresas de média. Esta assimetria de visibilidade agrava a erosão da integridade profissional dos jornalistas e do seu papel social.</p> Anda Rožukalne, Alnis Stakle, Ilva Skulte Direitos de Autor (c) 2025 Anda Rožukalne, Alnis Stakle, Ilva Skulte https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 https://revistacomsoc.pt/index.php/revistacomsoc/article/view/6404 Tue, 28 Oct 2025 00:00:00 +0000 Comunidades Invisíveis: Vozes Minoritárias no Jornalismo Profissional Alavancadas Pelo Jornalismo Comunitário em Rádios Alternativas https://revistacomsoc.pt/index.php/revistacomsoc/article/view/6456 <p>Assente em estudos acerca dos critérios de noticiabilidade nos média tradicionais e na invisibilidade de temáticas e grupos sociais (Hall, 1997; Traquina, 2000), este estudo enquadra-se na discussão do papel dos média na construção da realidade social e na marginalização e não representação de determinados grupos sociais.<br />Com o avanço da internet e das redes sociais, apesar de terem sido criadas formas de exclusão mediática, com a personalização dos conteúdos através dos algoritmos (Noble, 2018; Pariser, 2011; Roberts, 2019), os média comunitários surgem como uma alternativa para dar voz a estes grupos marginalizados, através do jornalismo cidadão, comunitário e independente, promovendo a tão desejada, e prometida, maior participação cívica e democrática (Atton &amp; Hamilton, 2008; Forde, 2011; Radsch, 2016). <br />Este estudo exploratório centra-se na análise qualitativa a quatro rádios comunitárias portuguesas, Rádio Sintoniza-T, Rádio Ophelia, Rádio Freguesia de Belém e Rádio Antecâmara, exclusivamente online, sem fins lucrativos e geridas por voluntários.<br />A pesquisa evidencia que, apesar dos esforços dessas emissoras comunitárias para preencher as lacunas deixadas pelo jornalismo <em>mainstream</em>, o jornalismo praticado por estas rádios e pelos seus voluntários ainda está em desenvolvimento. O envolvimento comunitário é um desafio e as emissoras estão mais voltadas para programas culturais e de entretenimento do que para noticiários regulares e a produção de notícias, justificado pelo seu ainda curto período de existência. Contudo, o potencial dessas iniciativas é significativo, podendo evoluir para modelos mais estruturados de jornalismo alternativo, jornalismo cidadão e jornalismo comunitário, que atendam às necessidades informativas das suas comunidades.</p> Miguel Midões Direitos de Autor (c) 2025 Miguel Midões https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 https://revistacomsoc.pt/index.php/revistacomsoc/article/view/6456 Thu, 30 Oct 2025 00:00:00 +0000 Os Custos Invisíveis de Trabalhar a “Diversidade” Para Jornalistas Minorizados https://revistacomsoc.pt/index.php/revistacomsoc/article/view/6419 <p>O jornalismo tem sido há muito criticado pela sua falta de diversidade, tanto nas redações como na produção de conteúdos. Em resposta, profissionais dos média, decisores políticos e até alguns académicos assumem frequentemente que contratar jornalistas de grupos minorizados levaria a uma cobertura noticiosa mais diversa e inclusiva — ou, dito de forma simples, que jornalistas “diversos” produziriam mais conteúdos “diversos”. No entanto, entrevistas com jornalistas LGBT e jornalistas racializados que trabalham na Bélgica francófona põem em causa esta suposição.<br />Com base em 61 entrevistas semiestruturadas, esta investigação questiona os discursos institucionais que enquadram os jornalistas minorizados como solução para a falta de diversidade nos conteúdos mediáticos. Os resultados destacam três questões centrais: os jornalistas minorizados sentem que têm uma influência limitada sobre o conteúdo das redações devido a rotinas e preconceitos; os seus esforços para melhorar a representação resultam num trabalho não remunerado, não reconhecido e invisível; e enfrentam riscos profissionais por se envolverem em trabalho relacionado com a diversidade.<br />As barreiras sistémicas incorporadas nas rotinas das redações, na filtragem editorial e nas normas jornalísticas enraizadas restringem significativamente a capacidade dos jornalistas minorizados de influenciar as narrativas mediáticas. Como resultado, estes veem frequentemente a sua capacidade de influenciar a cobertura extremamente limitada. Contudo, resistir a estas práticas institucionalizadas e a estes enquadramentos ideológicos, na tentativa de promover uma cobertura noticiosa mais inclusiva, exige um esforço considerável — um esforço muitas vezes invisível, não remunerado e assumido de forma desproporcionada por jornalistas de grupos minorizados. Além disso, este estudo revela uma penalização profissional particular associada ao trabalho sobre diversidade. Muitos jornalistas minorizados relatam ser considerados tendenciosos apenas por defenderem histórias que refletem as realidades das suas próprias comunidades, reforçando ainda mais a sua posição precária dentro das organizações noticiosas.</p> Elena Louazon Direitos de Autor (c) 2025 Elena Louazon https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 https://revistacomsoc.pt/index.php/revistacomsoc/article/view/6419 Tue, 25 Nov 2025 00:00:00 +0000 Evolução da Representação Fotográfica das Mulheres nas Primeiras Páginas da Imprensa Espanhola (1977–1997): Uma Análise Comparativa do ABC e do El País https://revistacomsoc.pt/index.php/revistacomsoc/article/view/6429 <p>O objetivo desta investigação é analisar a evolução da representação fotográfica das mulheres nas primeiras páginas dos jornais <em>ABC</em> e <em>El País</em>, com base numa amostra por conveniência de todas as edições de março entre 1977 e 1997. O método de investigação utilizado foi a análise de conteúdo visual (Neuendorf, 2017). As unidades de análise foram obtidas através dos arquivos digitais dos jornais, especificamente das secções de arquivo das primeiras páginas. Das 1.300 primeiras páginas examinadas, 242 fotografias incluíam mulheres. Para além da dimensão quantitativa, também foram considerados os aspetos interpretativos da representação visual. Esta abordagem dupla permite não só medir frequências, como compreender as implicações culturais e ideológicas das representações. A presença de mulheres nas primeiras páginas continua a ser minoritária em comparação com a dos homens, normalmente não ultrapassando 10–15%. Os resultados revelam que o <em>ABC</em> reforça os papéis tradicionais e a representação decorativa das mulheres, enquanto o <em>El País</em> destaca a sua presença política e laboral, embora com ênfase na vitimização. A análise evidencia como estas fotografias moldaram uma narrativa visual de género na imprensa, restringindo a visibilidade e o reconhecimento das mulheres nas esferas política e profissional. A extrapolação destes resultados para o presente mostra que os estereótipos visuais persistem, sendo reproduzidos não só em ambientes digitais, como também em imagens geradas por inteligência artificial.</p> Ana María Zafra Arroyo Direitos de Autor (c) 2025 Ana María Zafra Arroyo https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 https://revistacomsoc.pt/index.php/revistacomsoc/article/view/6429 Tue, 25 Nov 2025 00:00:00 +0000