Esquecer Bárbara Virgínia? Uma cineasta precursora entre Portugal e o Brasil

Autores

  • Paula Sequeiros Centro de Estudos Sociais, Universidade de Coimbra
  • Luísa Sequeira

DOI:

https://doi.org/10.17231/comsoc.32(2017).2765

Palavras-chave:

Cinema, mulheres realizadoras, Estado Novo, Portugal

Resumo

Bárbara Virgínia foi uma das primeiras realizadoras de cinema em Portugal e no Festival de Cannes. Iniciando-se artisticamente como declamadora e atriz, dirigiu, muito jovem, uma longa metragem e um documentário em 1946. Imigrou em 1952 para o Brasil para trabalhar em rádio e televisão. Aí se radicou, constituiu família, abandonando a declamação, e faleceu em 2015. Neste artigo recolhemos e analisamos documentação pública e de memória privada, uma entrevista de investigação e conversas com familiares. Recorremos à história e memórias do cinema português para produzir, de um ponto de vista feminista, uma análise sócio-biográfica. Recusando a mitificação, pretendemos contribuir para a desocultação do olhar patriarcal na literatura produzida sobre esta figura. Os estudos de género de Linda Alcoff e Teresa de Lauretis, a sociologia da cultura de Pierre Bourdieu que Bev Skeggs convoca num cruzamento entre classe, género e colonialidade, e ainda investigação histórica e social sobre os contextos dos dois países alimentaram este questionamento e análise. A sócio-biografia apresentada enfoca-se nos papéis artístico e familiar de Bárbara Virgínia, pretendendo alimentar o conhecimento fino sobre barreiras de género e classe em torno das práticas culturais e profissionais na época e ainda discutir o apagamento da memória sobre a realizadora.

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Publicado

29-12-2017

Como Citar

Sequeiros, P., & Sequeira, L. (2017). Esquecer Bárbara Virgínia? Uma cineasta precursora entre Portugal e o Brasil. Comunicação E Sociedade, 32, 331–352. https://doi.org/10.17231/comsoc.32(2017).2765

Edição

Secção

Artigos Temáticos