A Visibilidade das Fontes Especializadas no Jornalismo: O Exemplo da COVID-19

Autores

DOI:

https://doi.org/10.17231/comsoc.43(2023).4270

Palavras-chave:

COVID-19, jornalismo, fontes de informação, especialistas

Resumo

Durante a pandemia de COVID-19, os media noticiosos portugueses assumiram um papel fundamental na informação da população, empenhando-se em desenvolver o conhecimento sobre a doença e em promover comportamentos de prevenção para reduzir a transmissão. Para isso, socorreram-se de modo especial dos especialistas. Foi através deles que as redações procuraram dar respostas e encontrar soluções. É verdade que os interlocutores oficiais continuaram a ser recorrentes nos textos jornalísticos, mas os especialistas, nomeadamente os académicos e os médicos, adquiriram grande visibilidade. Este artigo estuda a presença das fontes especializadas nos conteúdos jornalísticos da imprensa portuguesa, apresentando parte dos resultados de uma investigação que analisou a mediatização da COVID-19. A base do estudo são as edições dos jornais Público e Jornal de Notícias, referentes ao período em que vigorou o estado de emergência em Portugal (de 18 de março a 2 de maio de 2020, de 9 de novembro a 23 de dezembro de 2020 e de 15 de janeiro a 26 de fevereiro de 2021), compondo-se o corpus de análise por 2.933 textos noticiosos e 6.350 fontes: 1.850 textos foram publicados durante a primeira fase de emergência nacional, citando 4.048 fontes; 457 foram publicados na segunda fase, apresentando a citação de 857 fontes e 626 foram publicados na terceira fase, citando 1.445 fontes. Os resultados da análise de conteúdo evidenciam a força dos profissionais enquanto fontes de informação, particularmente os profissionais da saúde e os académicos das áreas médicas e das ciências sociais. Os especialistas ultrapassaram, em termos de presença nos meios estudados, as fontes oficiais, quer ocupassem ou não cargos de destaque.

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Biografias Autor

Felisbela Lopes, Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade, Instituto de Ciências Sociais, Universidade do Minho, Braga, Portugal

Felisbela Lopes é professora associada com agregação da Universidade do Minho, onde trabalha desde 1994. Entre 2009 e 2014, foi aí pró-reitora para a área da comunicação. Tem centrado a sua investigação académica nas áreas da informação televisiva, do jornalismo da saúde e das fontes de informação e tem desenvolvido o ensino no campo do jornalismo. Fez agregação e doutoramento com trabalho académico sobre a informação televisiva. É autora de vários artigos em revistas científicas e de livros, entre os quais se destacam Marcelo, Presidente Todos os Dias (Porto Editora, 2019), Jornalista: Uma Profissão Ameaçada (Alêtheia, 2015); Vinte Anos de TV Privada em Portugal (Editora Guerra e Paz, 2012); A TV do Real (Minerva, 2008); A TV das Elites (Campo das Letras, 2007) e o Telejornal e o Serviço Público (Minerva, 1999).

Rita Araújo, Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade, Instituto de Ciências Sociais, Universidade do Minho, Braga, Portugal

Rita Araújo, doutora em ciências da comunicação, é professora adjunta no Instituto Politécnico de Bragança e investigadora no Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade da Universidade do Minho. Os seus interesses de investigação são a comunicação e o jornalismo em saúde, as fontes de informação, e a literacia em saúde. Foi investigadora visitante no Hunter College, City University School of Public Health, Nova Iorque, e integrou a equipa portuguesa do projeto Health Reporting Training Project (2010-3675 HeaRT), financiado pelo Lifelong Learning Program da Comissão Europeia. Foi investigadora, com uma bolsa financiada pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia, no projeto nacional A Doença em Notícia (PTDC/CCICOM/103886/2008). É autora e coautora de vários artigos científicos e capítulos de livros e apresentou já a sua investigação em diversas conferências nacionais e internacionais.

Olga Magalhães, Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde, Faculdade de Medicina, Universidade do Porto, Porto, Portugal

Olga Estrela Magalhães é doutorada em ciências da comunicação pela Universidade do Minho, especializada em assessoria mediática na área da investigação em saúde. É investigadora do Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde e coordenadora da Unidade de Gestão de Comunicação da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto. Os seus interesses de investigação incluem as áreas de comunicação de saúde, comunicação de ciência, jornalismo e assessoria mediática.

Clara Almeida Santos, Centro de Estudos Interdisciplinares, Faculdade de Letras, Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal

Clara Almeida Santos é professora auxiliar no Departamento de Filosofia, Comunicação e Informação da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e investigadora integrada no Centro de Estudos Interdisciplinares. Doutorada em ciências da comunicação, foi vice-reitora da Universidade de Coimbra para a Cultura, Comunicação, Património e Antigos Estudantes entre 2011 e 2018. Jornalista de formação, trabalhou no Canal de Notícias de Lisboa e na SIC, onde exerceu funções fundamentalmente na SIC Online como repórter e editora. Foi docente na Escola Superior de Educação de Coimbra e diretora de comunicação da Interacesso. Exerceu também funções de editora da revista Rua Larga, da reitoria da Universidade de Coimbra. Tendo participado em diversos projetos europeus relacionados com o diálogo intercultural e com os media, foi consultora do Conselho da Europa no âmbito da campanha “Speak Out Against Discrimination” (Falar Contra a Discriminação).

Ana Teresa Peixinho, Centro de Estudos Interdisciplinares, Faculdade de Letras, Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal

Ana Teresa Peixinho é professora associada com agregação da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Doutorada em ciências da comunicação, é professora dos três ciclos de estudos de jornalismo e comunicação. É investigadora integrada do Centro de Estudos Interdisciplinares da Universidade de Coimbra, onde coordenou, entre 2020 e 2023, com Clara Almeida Santos o grupo de investigação Comunicação, Jornalismo e Espaço Público. Desenvolve investigação no domínio dos estudos narrativos mediáticos e da análise dos media.

Catarina Duff Burnay, Centro de Estudos de Comunicação e Cultura, Faculdade de Ciências Humanas, Universidade Católica Portuguesa, Lisboa, Portugal

Catarina Duff Burnay fez pós-doutoramento em ciências da comunicação na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, é professora associada da Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica Portuguesa e coordenadora do Mestrado em Ciências da Comunicação. É investigadora e membro da direção do Centro de Estudos de Comunicação e Cultura e do Centro de Estudos dos Povos e Culturas de Expressão Portuguesa e coordenadora da equipa portuguesa para o Observatório Iberoamericano da Ficção Televisiva. Os seus interesses de investigação incluem estudos televisivos e do audiovisual, estratégias de produção e programação, públicos e audiências.

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Publicado

13-06-2023

Como Citar

Lopes, F., Araújo, R., Magalhães, O., Almeida Santos, C., Peixinho, A. T., & Duff Burnay, C. (2023). A Visibilidade das Fontes Especializadas no Jornalismo: O Exemplo da COVID-19. Comunicação E Sociedade, 43, e023011. https://doi.org/10.17231/comsoc.43(2023).4270

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