Hermafroditismo e intersexualidade na fotografia médica portuguesa

Autores

  • António Fernando Cascais Universidade Nova de Lisboa

DOI:

https://doi.org/10.17231/comsoc.32(2017).2751

Palavras-chave:

Hermafroditismo, intersexualidade, medicina, fotografia, género

Resumo

O interesse da Cultura Visual da Medicina por imagens fotográficas de hermafroditas remonta no nosso País aos primórdios da fotografia médica, com o registo fotográfico de um caso de hermafroditismo masculino estudado em 1864 por Carlos Miguel Augusto May Figueira (1829-1913) no Serviço de Clínica Médica do Hospital de S. José, escassos quatro anos após a obra tida por seminal de Félix Nadar em 1860. Este estudo é um dos elementos fundadores de uma scientia sexualis portuguesa, no âmbito mais amplo da sexologia moderna descrita por Michel Foucault, que entre nós se desenvolve sensivelmente entre meados do século XIX e as décadas de 1930-1940. A linhagem temática de pesquisa sobre o hermafroditismo e à intersexualidade assim aberta por May Figueira foi prosseguida por vários clínicos e cientistas portugueses desde a década inicial do século XX até aos anos de 1940. O propósito último da fotografia médica de hermafroditas era a preparação da intervenção cirúrgica corretiva no respeito absoluto do dimorfismo sexual binário que já o próprio diagnóstico nunca ousava pôr em causa.

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Publicado

29-12-2017

Como Citar

Cascais, A. F. (2017). Hermafroditismo e intersexualidade na fotografia médica portuguesa. Comunicação E Sociedade, 32, 59–79. https://doi.org/10.17231/comsoc.32(2017).2751

Edição

Secção

Artigos Temáticos