Chamada de artigos | Vol. 40 | Comunicar em saúde em tempos de pandemia | Encerrada

04-12-2020

Editores: Felisbela Lopes (CECS, Universidade do Minho, Portugal), Rita Araújo (CECS, Universidade do Minho, Portugal) e Peter Schulz (Universidade de Lugano, Suíça)

A Comunicação em Saúde é uma área científica interdisciplinar, que se caracteriza pelo cruzamento entre as Ciências da Comunicação e as Ciências da Saúde, nomeadamente a Medicina, mas também a Saúde Pública, a Enfermagem e a Psicologia (Zoller & Kline, 2008). Embora existam várias definições de Comunicação em Saúde, a influência de comportamentos é frequentemente apontada como um dos principais objetivos. De facto, a Comunicação em Saúde pretende envolver, capacitar e influenciar os indivíduos e as comunidades (Schiavo, 2014).

O Jornalismo de Saúde é, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (1998), uma área da Comunicação em Saúde, tal como a comunicação interpessoal, a media advocacy ou a comunicação organizacional. Mas é também uma especialização do jornalismo. E, na verdade, embora se possa entender o Jornalismo de Saúde como uma pequena parte do jornalismo, este tem as suas especificidades, tal como acontece com o jornalismo económico, político ou desportivo. Hallin e Briggs (2014) defendem que o jornalismo médico e de saúde é, de certo modo, diferente do restante, pelo que os jornalistas que a ele se dedicam revelam frequentemente conceções mais didáticas e instrumentais do seu papel. Este carácter “híbrido” do Jornalismo de Saúde é uma das características que faz deste campo um objeto de estudo interessante para os estudos do jornalismo (Hallin & Briggs, 2014).

Nas últimas décadas, a emergência das doenças infeciosas e o aumento das doenças crónicas vieram reforçar o papel do jornalismo de saúde, na medida em que os media ocupam um lugar social central no retrato destas estórias. Os recentes surtos à escala mundial, de que são exemplo a Gripe A (2009) ou o Ébola (2014), e a pandemia de Covid-19 que atualmente atravessamos, vêm comprovar a necessidade de investir na Comunicação e Jornalismo em Saúde. Estes podem constituir-se como ferramentas essenciais de “combate” às epidemias, contribuindo para uma população mais informada e capacitada em termos de saúde e influenciando comportamentos individuais e coletivos. De facto, a Comunicação e o Jornalismo em Saúde podem ter um impacto significativo na população em geral, especialmente num contexto de crise de saúde pública, contribuindo para a promoção da saúde e a prevenção da doença.

Este volume da Comunicação e Sociedade debruça-se sobre a pandemia de SARS-Cov-2 e pretende juntar académicos de vários pontos do globo numa reflexão em torno da Comunicação e Jornalismo em Saúde no âmbito de uma crise sanitária global. Atualmente, a multiplicidade de plataformas de media, a alteração dos hábitos de consumo mediático, ou o aumento das notícias falsas e desinformação trazem renovados desafios ao campo da Comunicação e Jornalismo em Saúde. Neste sentido, é importante perceber o que está a ser feito, em termos nacionais e internacionais, para lidar com estes desafios e reforçar o papel da Comunicação em Saúde e do Jornalismo em Saúde.

 

As propostas de artigos devem incidir sobre um ou mais dos seguintes tópicos:

- Comunicação em Saúde e a pandemia de Covid-19;

- Jornalismo de Saúde e a pandemia de Covid-19;

- As relações entre os media e as fontes de informação em tempos de pandemia;

- Qual o impacto do confinamento no jornalismo?

- Covid-19 e desinformação/notícias falsas;

- A importância da literacia em saúde no âmbito da saúde pública;

- O papel do Jornalismo e da Comunicação em Saúde na mudança de comportamentos.

 

DATAS IMPORTANTES

Data limite de submissão: 15 de fevereiro de 2021 (NOVA DATA)

Notificação das decisões de aceitação: 30 de abril de 2021

Data limite para envio da versão completa e traduzida: 30 de junho de 2021

Data de publicação da revista: dezembro de 2021

 

LÍNGUA

Os artigos podem ser submetidos em Inglês ou Português. Findo o processo de revisão por pares, os autores dos artigos selecionados para publicação deverão assegurar a tradução do seu artigo para Português ou Inglês, respetivamente, cabendo aos editores a decisão final sobre a publicação do mesmo.

 

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