Imagens de África? Filmes e documentários portugueses relativos às antigas colónias africanas (primeira metade do século XX)

Autores

  • Patrícia Ferraz de Matos Instituto de Ciências Sociais, Universidade de Lisboa, Portugal

DOI:

https://doi.org/10.17231/comsoc.29(2016).2414

Palavras-chave:

Filmes, colónias portuguesas, Estado Novo, propaganda colonial, representações, África

Resumo

Este artigo analisa filmes e documentários, realizados em Portugal, que tiveram como pano de fundo as ex-colónias africanas ou nelas foram inspirados. Durante o Estado Novo, a defesa de uma boa imagem do “império” e da política colonial levou a proibir filmes que incluíssem maus-tratos a indivíduos de origem africana, ilustrassem a luta entre o “branco” (colono) e o “negro” (colonizado), retratassem os movimentos de luta pela ascensão dos negros nos EUA ou exaltassem aspetos pacifistas ou antimilitaristas. Muitos documentários destacam as potencialidades (naturais e humanas) de África. Alguns são dedicados à criação de estruturas de ensino e evangelização dos africanos, ou procuram retratar os seus “usos e costumes”. Outros evidenciam a força de trabalho do africano na construção de um futuro prometedor. Tal trabalho é orientado pelo “branco”, i.e., é ao saber técnico deste que se junta a força do africano. Os africanos são representados como exemplos de um conjunto uno (todos são denominados “indígenas”), mas entre eles procuram-se evidenciar características distintivas. As imagens que denotam modernização, em cidades como Luanda ou Lourenço Marques, ofuscam os “colonizados”. Estes filmes têm amiúde um carácter mais de propaganda do que informação, ou etnográfico, e têm como objetivo transmitir uma consciência colonial.

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Biografia Autor

Patrícia Ferraz de Matos, Instituto de Ciências Sociais, Universidade de Lisboa, Portugal

Universidade de Lisboa

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Publicado

27-06-2016

Como Citar

Matos, P. F. de. (2016). Imagens de África? Filmes e documentários portugueses relativos às antigas colónias africanas (primeira metade do século XX). Comunicação E Sociedade, 29, 153–174. https://doi.org/10.17231/comsoc.29(2016).2414