Aqui Posto de Comando do Movimento das Forças Armadas: A Rádio-Voz da Liberdade
DOI:
https://doi.org/10.17231/volesp(2025).5501Palavras-chave:
rádio, 25 de Abril, revolução, sons, jornalismoResumo
Nos 50 anos do 25 de Abril de 1974, em Portugal, a rádio traz à memória os primeiros sons da liberdade. A escolha da rádio para veículo de transmissão não foi por acaso e várias razões podem explicar esta opção. No campo informativo português daquela década era um meio privilegiado, dada a elevada taxa de analfabetismo adulta. A rádio era ubíqua e a sua popularidade evidencia-se pela taxa de penetração, de aproximadamente 88%, sendo que em 1974 havia mais de um milhão de recetores de rádio que televisores (Cristo, 2005; Ferreira, 2013). Pelo seu lado, os militares contaram com a conivência de jornalistas, técnicos e locutores das emissoras para transmitirem as senhas que deram início ao movimento militar que derrubou o Estado Novo. Foi através dos microfones da rádio que comunicaram a revolução à população e anunciaram a rendição do Governo de Marcelo Caetano. Transformada no posto de comando, é responsável pela escolha de alguns dos símbolos sonoros que identificam o 25 de Abril. O tema aqui apresentado procura fazer a reconstrução dos passos que marcaram a madrugada da revolução e os momentos que se seguiram. A metodologia adotada cruza informações dispersas que foram sendo publicadas e emitidas nos últimos 50 anos e a análise das reportagens radiofónicas feitas naquele período.
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