Limites, neutralidade e troca de papéis na entrevista televisiva – A entrevista de Manuela Moura Guedes a António Marinho Pinto no Jornal Nacional de Sexta, TVI (22 de Maio de 2009)

Autores

  • Ana Isabel Gomes Melro Universidade do Minho
  • Helena Filipa Carvalho Universidade do Minho
  • Mariana Lameiras de Sousa Universidade do Minho
  • Vítor de Sousa Universidade do Minho

DOI:

https://doi.org/10.17231/comsoc.17(2010).1015

Palavras-chave:

Análise Conversacional, entrevistas televisivas, posição neutral, limites éticos, troca de papéis, jornalismo, sequência de abertura

Resumo

As entrevistas televisivas são encenadas para uma audiência. Neste sentido, apesar da existência de elementos espontâneos e imprevisíveis que geralmente ocorrem nas transmissões em directo, os telespectadores esperam ver, tanto o entrevistador como o entrevistado, representarem os seus papéis. Isto significa que é legítimo para o jornalista fazer questões, ainda que em nome do público, e, para o entrevistado, responder a essas questões. Contudo, por vezes a linha entre a tomada de uma posição neutral e uma posição de “advogado” é transposta pelo jornalista, conduzindo ao chamado “jornalismo agressivo” (Clayman, 2002). Esta análise foca-se nessas excepções. O caso em estudo traduz-se na entrevista entre Manuela Moura Guedes, pivô do Jornal Nacional de Sexta da estação TVI, e António Marinho Pinto, bastonário da Ordem dos Advogados, transmitida no dia 22 de Maio de 2009. Enquadrando o nosso trabalho na Análise Conversacional (Ekström, 2007; Cameron, 2001; Greatbatch, 1998), e partindo da análise da sequência de abertura da entrevista, baseada na estrutura de Clayman (1991), analisámos a transgressão e manutenção dos limites éticos e da posição neutral do entrevistador na interacção com o entrevistado.A análise desenvolvida rumou no sentido da constatação de uma troca de papéis entre os participantes: Marinho Pinto, advogado, assume a legitimidade e a autoridade de questionar, geralmente atribuída ao papel de jornalista; por outro lado, Manuela Moura Guedes, jornalista, assume uma posição de “advogada” ao fazer juízos de opinião sobre o entrevistado. A entrevista converte-se num debate, o qual culmina num ataque ao profissionalismo da jornalista.

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Publicado

30-06-2010

Como Citar

Melro, A. I. G., Carvalho, H. F., Sousa, M. L. de, & Sousa, V. de. (2010). Limites, neutralidade e troca de papéis na entrevista televisiva – A entrevista de Manuela Moura Guedes a António Marinho Pinto no Jornal Nacional de Sexta, TVI (22 de Maio de 2009). Comunicação E Sociedade, 17, 87–101. https://doi.org/10.17231/comsoc.17(2010).1015

Edição

Secção

Ecrãs e Ligações Sociotécnicas

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