TY - JOUR AU - Santos, Ivone Neiva AU - Azevedo, José PY - 2019/06/28 Y2 - 2024/03/29 TI - Compressão do espaço-tempo e hiperlocalização: os novos flâneurs JF - Comunicação e Sociedade JA - revistacomsoc VL - 35 IS - 0 SE - Artigos Temáticos DO - 10.17231/comsoc.35(2019).3141 UR - https://revistacomsoc.pt/index.php/revistacomsoc/article/view/548 SP - 239-257 AB - <p>A experiência de sensações tais como a de aceleração do tempo ou de eliminação do espaço vulgarizou-se na vida moderna cada vez mais organizada segundo o ritmo do “tempo real”, instituído pelos média digitais. Neste artigo, partindo do conceito de compressão espaço-tempo de Harvey (1999), confrontamos perspetivas situadas nas correntes do determinismo tecnológico com outras que defendem a relação dialógica entre tecnologia e sociedade. Abordam-se noções como as de desterritorialização e destemporalização que permitem compreender o surgimento de um espaço de dados fragmentado e intemporal, correspondendo a uma “nova geografia”, na qual já não é possível estabelecer uma fronteira clara entre o mundo físico e o digital. O texto estrutura-se tendo como suporte teórico o conceito de flâneur ciberespacial, explorando as semelhanças com o flâneur novecentista, tal como descrito por Baudelaire. A análise de um conjunto de intervenções artísticas e experimentais centradas sobre questões como a hiperlocalização ou a ubiquidade e a pervasividade permite-nos recorrer a esta figura do flâneur ciberespacial num duplo sentido, como sinal da tendência para a aceleração técnica, mas também como símbolo da força de resistência a essa mesma aceleração. Conclui-se que a evolução exponencial e a crescente “naturalização” da tecnologia nos obrigam a considerar o seu papel determinante nas dinâmicas sociais, designadamente, a partir da transformação da nossa relação com as dimensões do espaço e do tempo.</p> ER -