TY - JOUR AU - Saputro, Kurniawan Adi AU - Islam, Bari Paramarta PY - 2019/12/20 Y2 - 2024/03/28 TI - A prática da participação mediada em comunidades marginalizadas na Indonésia JF - Comunicação e Sociedade JA - revistacomsoc VL - 36 IS - 0 SE - Artigos Temáticos DO - 10.17231/comsoc.36(2019).2348 UR - https://revistacomsoc.pt/index.php/revistacomsoc/article/view/2348 SP - 121-142 AB - <p>O tema da participação tem sido frequentemente questionado em termos de abrangência, nomeadamente quanto ao número de membros de uma determinada sociedade que têm voz enquanto coletivo. Este artigo, ao invés de avaliar o nível de igualdade entre atores, tenta identificar práticas correntes que contextualizem o processo de participação, tornando-a, desse modo, possível e limitada. Foram analisados dois casos de estudo que envolvem comunidades marginalizadas, durante um projeto de cinema participativo: uma comunidade de fiéis de uma religião tradicional (penghayat), em Elu Loda, e uma comunidade de pessoas com necessidades especiais, em Salam Rejo. Estas comunidades foram observadas durante a sua participação em oficinas de cinema, entre outubro de 2018 e fevereiro de 2019. Foram entrevistados 14 participantes, dois facilitadores e um representante do patrocinador do programa. Além disso, os participantes e alguns membros da comunidade que estiveram envolvidos no processo foram convidados a responder a um inquérito criado com o objetivo de pôr a descoberto as suas práticas comunicativas relacionadas com a narração de histórias (storytelling), registos fotográficos e reuniões comunitárias (Elu Loda n=49, Salam Rejo n=31). Estudámos o modo como as histórias pessoais circulavam entre esses grupos e como alguns indivíduos usavam o cinema como veículo de apresentação da sua versão das histórias, enquanto a sua forma coletiva de contar histórias permanecia desligada do workshop (oficina). Percebemos ainda que a cultura formata o modo como algumas pessoas se tornam mais visíveis do que outras e como estas desenvolvem competências para se evidenciarem, o que abriu a porta à sua participação. Por fim, descobrimos que a imersão dos participantes na sua cultura e comunidade afeta os aspetos que despertam mais o seu interesse e por que razão: o saber técnico da oficina e/ou o conteúdo.</p> ER -